sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nada do Amor de Mãe

Olá pessoas, tudo bem? Bora dar continuação ao post anterior (veja aqui)?!

Com a chegada do Murilo no quarto após a cirurgia, o que mais me incomodava era a fome absurda (estava em jejum desde o dia anterior) e a vontade de tomar um banho. A princípio eu não deveria me movimentar pois, ainda estava sob os efeitos da anestesia então, o banho teria que esperar :(

A comida chegou logo e eu até me animei #sóquenão pois, quando abri a tigela de sopa, eu que não sou chata pra comer - como de tudo, até jiló...exceto brócolis e mandioquinha - me deparo com aquele caldo amarelo de cheiro forte: sopa de mandioquinha aff não acreditei. Recusei a bendita sopa e fiquei apenas c/ um suco ralo (acho era manga) e 3 biscoitos água e sal.

Murilo ainda estava no quarto, ficaria durante todo o dia e só após às 20:00 é que voltaria para o berçário, só retornando no dia seguinte após o meu café da manhã.

AMAMENTAÇÃO: Impressionante como Deus é perfeito em todos os aspectos. Sempre que ia tomar banho durante a gestação (isso mais para as últimas semanas) eu apertava o bico dos seios para ver se tinha sinais de leite mas, apenas uma "massinha" branca saía algumas vezes e eis que logo depois do parto o peito estava cheio afinal, meu bezerrinho já estava no quarto à espera do seu leitinho mágico. Eu deveria amamentá-lo antes mesmo de tomar meu banho.

Uma das coisas que sempre enfatizei era que eu não gostaria de amamentar o Murilo na frente de qualquer pessoa por vergonha de mostrar os seios.

Imaginem a cena: eu, mãe de primeira viagem com aquele peito enorme tendo que ensinar um bebê com uma boquinha pequena a sugar / mamar. A sensação era muito estranha e mesmo a enfermeira me dando as coordenadas a bendita amamentação não fluía e sabem por quê? Porquê eu tinha naquele momento, além do Marcelo uma sogra (mãe de filho único e louca por ser avó) praticamente no meu colo mesmo eu avisando gentilmente que tinha vergonha dela... Comecei a suar, fiquei nervosa com ela em cima de mim literalmente, ela dizia que era frescura, que eu não tinha que ter vergonha (gente? Qual é a parte do "eu tenho vergonha, não quero ninguém quando eu for amamentar porque tenho vergonha" dito tantas vezes que ela não entendeu?) cada um sabe de si e ninguém tem direito de questionar mas, claro...gerou conflito, como eu tinha um bebê esfomeado esperando para mamar, olhei feio para o marido e avisei entre lábios que era para a mãe dele sair.

Tive dificuldade, o bico do seio parecia ter sumido no momento que eu (e Murilo) mais precisava dele...tibiko dava uma sugadinha e dormia, tiramos macacão e meias para que ele acordasse à fim de mamar. Tínhamos que repetir o processo a cada 2 horas para que a glicemia não se alterasse.

Eu (literalmente acabada) e Murilo Hiroshi depois do parto e depois da primeira tentativa de amamentar

Mãe inchada e cansada..Murilo já me encarava!
Uma coisa super importante que deixei passar batido foi sobre a amamentação noturna (eu havia ido ao hospital antes do parto para ver as acomodações e fui informada pela responsável que caso eu fizesse questão da amamentação exclusiva teria que avisar as enfermeiras para que me trouxessem o bebê nas madrugadas). Como nem lembrei do fato nos dias em que fiquei internada, era de praxe Murilo descer e passar a noite no berçário, tomava LA (Nan - Nestlé).

ENFIM HORA DO BANHO: depois de ficar horas sem comer, sentindo contrações, sofrendo com a dificuldade da anestesista em acertar a bendita agulhada, eu estava acabada, inchada...precisava muito tomar um belo banho e, quando finalmente pude fazê-lo fiquei mega feliz. Claro que a situação era nova (eu nunca havia passado por nenhum procedimento cirúrgico) e confesso que o simples ato de levantar da cama e ir em direção ao banheiro foi desafiador...estava de avental e deitada sobre uma toalha que logo foi encharcada de sangue assim que tiraram a sonda urinária. Me desesperei por sujar a toalha e sair pingando sangue no chão, mas as enfermeiras muito boazinhas disseram para eu não me preocupar. Eu parecia uma pata, ia me apoiando no marido e arrastava um pé de cada vez, bem lentamente na posição "corcunda de Nôtre Dame"...eu tinha medo de me erguer e abrir os pontos da barriga. Enfim, banho tomado...uffa que delícia ;) e novamente hora de amamentar!

Sogra babando no primeiro neto!
MADRUGADA A FORA: quando Murilo descia para o berçário, era hora de tentar descansar #sóquenão. Não conseguia achar uma posição confortável e nem pegar no sono. Depois da cirurgia, fiquei com uma tosse horrível que me fazia perder o fôlego de tão forte...e a bendita aparecia justamente quando eu finalmente conseguia dormir. Acordava desesperada por água e, maridex que dormia como uma pedra nem sempre se dava conta de que tinha de estar atento ao menor sinal de barulho para me auxiliar. 

Cansada de tentar dormir, sem sucesso, eu me levantava e ficava andando pra lá e pra cá como uma fantasma (prescrição médica: andar para ajudar o funcionamento do metabolismo a eliminar gases e evacuar, pois só seria permitida a alta após eu conseguir fazer cocô). Claro que eu deveria descansar mas, quem disse que eu conseguia? Tinha vontade de descer só pra ver como estava o Murilo, mas ele estava sempre dormindo então nos 4 dias que fiquei internada desencanei de ir visitá-lo.

NADA DO AMOR DE MÃE: Apesar de toda a transformação hormonal que a gravidez me trouxe, o bendito amor de mãe não se deu conta de que eu já havia dado à luz e que precisa dele comigo. Eu agia mecanicamente, olhava para o bebê como qualquer outra coisa e apesar de insistirem na alegria, na felicidade eu ainda me mantinha inerte àquilo tudo. Mesmo me preocupando com o bebê (se ele estava bem fisicamente), eu não tinha vontade de abraçar, beijar, conversar ou simplesmente tê-lo em meus braços. Estava começando a perceber que algo não estava certo comigo, o filho nasceu mas o sentimento não..."Nada do amor de mãe" me entusiasmar.

Bjo bjo,
Di